A percepção é outra, temos agora, a noção da aldeia global encurtada pelos dispositivos de comunicação digitalizada mas que tem origem no surgimento da televisão, turbinada pelos satélites de comunicação que propiciaram a criação das redes, transmitindo em tempo real o fato no momento em que acontece.
Parece que foi ontem: para mudar de canal usávamos o seletor da televisão, era um tal de senta/levanta que até inspirou comercial. Visto de hoje, tudo parece tão antigo como anúncio da Ducal com Pelé de garoto propaganda.
Havia também um jovem Hugo Carvana anunciando as roupas da 5ª Avenida e dizendo para o consumidor não se preocupar, porque "até dezembro, dinheiro pinta". Para alcançar o sucesso bastava fumar Hollywood e quem estivesse incomodado deveria pensar: Brasil: Ame-o ou deixe-o. A maioria preferia amá-lo mas modificá-lo e foi justamente o que aconteceu, o desarme do regime teve origem nos movimentos de resistência, a oposição vencia, o governo adotava o casuísmo. O regime não tolerava a crítica, a arte despistava o pesado autoritarismo.
E assim da memória em preto e branca às cores dos anos 80 entramos no movimento das Diretas Já, a frustração com a derrota da emenda apresentada por Dante Oliveira, a eleição de Tancredo Neves no Colégio Eleitoral embalada pela potência do nosso Rock Brasil. A juventude bronzeada mostraria o seu valor, fechando a década de 80 e iniciando a de 90 derrubando a farsa representada por Fernando Collor de Mello, os caras pintadas ensinaram o país que política pode e deve ser conjugada com participação e cidadania.
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