sexta-feira, 12 de março de 2010


Reprodução de Alessandro Guarita


A morte de Glauco chocou o Brasil. Pelas circunstâncias e pelos primeiros relatos divulgados pela imprensa, constata-se uma intensa violência, desumana e covarde. Vivemos tempos difíceis, nos acostumamos com a banalidade da violência nas manchetes de jornais e nas reportagens de tevê, no entanto, precisamos descobrir as causas geradoras de tanto horror e barbárie.

Parece que incorporamos a ideia de que é preciso aparelhar a polícia e tudo estará resolvido. Longe disso, prendemos cem, aparecem mil. Isso porque permanecem as condições que permitem a explosão de violência nas cidades. Temos que cuidar da educação, é verdade, mas precisamos também investir na saúde, no sujeito, na sua integralidade. Precisamos de escolas, hospitais, postos de saúde e assistência social nas comunidades.

Recompor o tecido social, significa valorizar a família, como ponto de partida da sociedade, resgatar valores como a solidariedade e a generosidade, precisamos de relações mais humanas e afetivas, sem a frieza que afeta a rotina cotidiana de nossas cidades.

Precisamos entender as razões de tanta brutalidade, precisamos compreender o processo de um crime para tentar evitar a perda de vidas inocentes, precisamos romper com o círculo vicioso da violência e instaurar uma cultura permanente  baseada no diálogo, na  tolerância e na paz.

No blog Universo HQ, cartunistas homenageiam Glauco.

Livre sintonizar


Sintonia Livre é feito por quem vivenciou a mudança acelerada do tempo, o ritmo louco que dos anos 50 para cá fez o mundo funcionar mais rápido e veloz. Liquidificando o tempo, misturando tudo e modificando o nosso modo de ver e sentir.

A percepção é outra, temos agora, a noção da aldeia global encurtada pelos dispositivos de comunicação digitalizada mas que tem origem no surgimento da televisão, turbinada pelos satélites de comunicação que propiciaram a criação das redes, transmitindo em tempo real o fato no momento em que acontece.

Parece que foi ontem: para mudar de canal  usávamos o seletor da televisão, era um tal de senta/levanta que até inspirou comercial. Visto de hoje, tudo parece tão antigo como anúncio da Ducal com Pelé de garoto propaganda.

Havia também um jovem Hugo Carvana anunciando as roupas da 5ª Avenida e dizendo para o consumidor não se preocupar, porque "até dezembro, dinheiro pinta". Para alcançar o sucesso bastava fumar Hollywood e quem estivesse incomodado deveria pensar: Brasil: Ame-o ou deixe-o. A maioria preferia amá-lo mas modificá-lo e foi justamente o que aconteceu, o desarme do regime teve origem nos movimentos de resistência, a oposição vencia, o governo adotava o casuísmo. O regime não tolerava a crítica, a arte despistava o pesado autoritarismo.

E assim da memória em preto e branca às cores dos anos 80 entramos no movimento das Diretas Já, a frustração com a derrota da emenda apresentada por Dante Oliveira, a eleição de Tancredo Neves no Colégio Eleitoral embalada pela potência do nosso Rock Brasil. A juventude bronzeada mostraria o seu valor, fechando a década de 80 e iniciando a de 90 derrubando a farsa representada por Fernando Collor de Mello, os caras pintadas ensinaram o país que política pode e deve ser conjugada com participação e cidadania.